Em parceria com o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) está lançando uma ferramenta digital para facilitar a contratação de médicos por municípios do Estado. De acordo com a entidade, o “Oportuniza Saúde” tem o objetivo de enfrentar a carência de médicos que se verifica em postos e hospitais do interior do RS.
A carência de médicos em cidades do interior é uma realidade em todo o Brasil. De acordo com o estudo Demografia Médica no Brasil 2018, elaborado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), as capitais das 27 unidades da federação reúnem 23,8% da população e 55,1% dos médicos. A razão das 27 capitais é de 5,07 médicos por mil habitantes enquanto no interior esse índice é 1,28, ou seja, 3,9 vezes menor.
Segundo estudo realizado pela Famurs com 179 municípios do RS, 113 possuem vagas abertas para médicos atuarem em atenção básica, totalizando 211 postos de trabalho não preenchidos apenas nestas cidades.
Conforme o vice-presidente da Famurs e prefeito de Taquari, Maneco Hassen (PT), o objetivo do sistemam é disponibilizar as vagas oferecidas por todos os municípios gaúchos em um único local, facilitando assim o acesso à informação para médicos interessados. “Pegando o exemplo do meu município, o médico que trabalhar 40 horas semanais no posto e fizer plantão no hospital à noite e aos fins de semana, ele inicia com um salário de aproximadamente R$ 30 mil”, exemplifica.
Além de fazer a intermediação entre profissionais e as gestões municipais, trazendo informações detalhadas sobre as vagas — como contato, especialidade e salário –, a ferramenta também trará dados sobre a estrutura da rede municipal de saúde da cidade que oferece a vaga.
“Talvez o médico recém-formado não se sinta seguro em ir para Ametista, mas se sinta mais seguro indo para Taquari, por que ele vai saber que em Taquari tem um plantão 24h”, diz o presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade. “A gente quer mostrar o sistema para esses mil médicos que estão se formando e dizer pra eles para eles verem que, ao invés de ficar em Porto Alegre, eles podem trabalhar no interior ganhando a mesma coisa e tendo uma melhor qualidade de vida”, acrescenta Hassen.
Fonte: Sul21
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