Governador do RS anuncia repasse de R$ 65,5 milhões a municípios e hospitais para março

Prefeituras e hospitais do Rio Grande do Sul receberão R$ 65,5 milhões do governo do estado a partir de março de 2019. Foi o que garantiu o governador Eduardo Leite nesta quinta-feira (21), durante a Assembleia de Verão da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), em Torres, no Litoral Norte.

Conforme o governador, no próximo mês, serão repassados R$ 41,5 milhões aos municípios, o que corresponde a 100% do passivo de janeiro.

Já os hospitais públicos e filantrópicos receberão, também em março, R$ 24 milhões. O valor é a soma dos R$ 16 milhões correspondentes à totalidade do mês de janeiro e dos R$ 8 milhões que equivalem à metade do mês de fevereiro.

De acordo com o governo, o valor total da dívida com a saúde é de R$ 1,1 bilhão. Leite prometeu estruturar um programa para regularizar os repasses. A ideia é parcelar o valor por três anos.

“A partir de março, vamos começar a regularizar os pagamentos. Como não é possível quitar tudo de uma vez, pois não há recursos em caixa, vamos parcelar os repasses, possivelmente em 36 vezes”, afirmou o governador no evento.

Ao G1, após o evento, o presidente da Famurs e prefeito de Garibaldi, Antônio Cettolin, se disse satisfeito com o anúncio, embora o valor ainda não seja suficiente para resolver os problemas das prefeituras.

Conforme Cettolin, em janeiro, a Famurs já havia conversado com o governador solicitando que ele colocasse os repasses em dia daqui para frente e que o valor em atraso fosse quitado aos poucos.

“Recebemos com uma grande satisfação. Para nós, é um resultado importante, é o início de um trabalho”, comemorou.

Segundo o presidente da Famurs, há aproximadamente seis meses, as prefeituras não recebem os repasses do estado. A dívida com as prefeituras, segundo a instituição, é de R$ 650 milhões.

O presidente da Federação das Santas Casas, André Lagemann, diz que 116 instituições, de um total de 260, vão aderir ao financiamento de R$ 90 milhões, disponibilizado pelo Banrisul. A abertura de uma linha de crédito para hospitais filantrópicos e Santas Casas foi anunciada pelo governo do estado na última semana.

As demais instituições devem ser contempladas por uma fatia desses R$24 milhões que serão repassados em março.

A preocupação do presidente é quanto ao repasse dos R$245 milhões de reais, relativos a setembro, outubro, novembro e dezembro de 2018, que está atrasado.

“Os hospitais filantrópicos não terão condições de suportar parcelamento de 36 meses, em hipótese alguma. A dependência econômica dos recursos públicos estaduais e federais é praticamente total”, afirmou Lagemann ao G1.

Segundo ele, 70% do atendimento Sistema Único de Saúde (SUS) no RS é realizado em Santas Casas e hospitais filantrópicos. “Tenho certeza que o governador é sensível, conhece a causa e conhece a relevância desse atendimento”, concluiu o presidente da federação.

Traumatologia afetada em Pelotas

A falta de repasses do estado fez com que a direção da Santa Casa de Pelotas, na Região Sul, fechasse na quarta-feira (20), por tempo indeterminado, o setor de traumatologia do hospital para atendimentos de urgência. O motivo é a falta de dinheiro para a compra de medicamentos e insumos.

Novos pacientes não estão sendo recebidos no pronto-socorro da instituição. Apenas consultas estão sendo feitas, e pacientes já internados estão sendo atendidos. As cirurgias eletivas foram canceladas temporariamente.

Atualmente, mais de 800 pessoas aguardam na fila por uma cirurgia de traumatologia. A orientação para quem estiver em uma situação de urgência é procurar o Pronto-Socorro de Pelotas.

Fonte: G1

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