Hospital Centenário de São Leopoldo reduz número de leitos e suspende cirurgias não urgentes por 90 dias

A partir de segunda-feira (6), o Hospital Centenário de São Leopoldo passa a adotar medidas para economizar recursos por um período de 90 dias.

A redução dos serviços prestados à população foi anunciada pela prefeitura e pela direção da instituição em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (2) na cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre. O Centenário alega ter uma dívida de R$ 44 milhões.

Entre as medidas, está a suspensão de cirurgias e consultas eletivas, aquelas que não são urgentes. No período, 600 procedimentos e mais 250 atendimentos deixarão de ser feitos, segundo a prefeitura.

Durante três meses, o hospital só atenderá casos de urgência e emergência. O atendimento a mulheres grávidas e crianças também será mantido. Pacientes que não forem classificados como urgentes serão encaminhados às unidades de saúde do município.

O número de leitos no hospital também vai cair. Na UTI Neonatal, o número será reduzido de 10 para oito. A UTI Adulta, que atualmente também conta com 10 leitos, passará a ter seis.

O prefeito da cidade, Ary Vanazzi; a presidente do Centenário, Lilian Silva, e o secretário municipal de Saúde, Ricardo Charão, disseram que a quantidade de leitos será reduzida para o número que efetivamente está cadastrado e é contemplado pelos recursos da Secretaria Estadual de Saúde (SES). O restante, segundo eles, é mantido com verba própria, o que deixará de ser feito.

Segundo o prefeito, o município não tem condições de continuar arcando com 78% das despesas mensais do hospital, que, atualmente, são de R$ 9 milhões. A instituição recebe do estado R$ 255 mil ao mês e precisaria receber, pelo menos, R$ 3 milhões. A União repassa R$ 2,3 milhões mensais.

Por nota, o estado afirmou que “não dispõe de recursos novos para os hospitais” (confira a nota na íntegra abaixo).

O Centenário é referência para mais de 1 milhão de pessoas nos vales do Sinos, Caí e Região Metropolitana.

Nota da Secretaria Estadual de Saúde

“A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, recebeu por mais de uma vez o prefeito de São Leopoldo e gestores da saúde local para tratar das questões do município. Nas reuniões, a secretária foi muito objetiva e transparente ao informar que o Estado não dispõe de recursos novos para os hospitais.

A orçamentação foi uma medida tomada em 2013, no governo Tarso Genro, que definiu por critérios da época destinar valores complementares para alguns hospitais no RS. Por isso São Leopoldo recebe, desde aquela época, valor menor do que outros serviços.

O Estado não tem pendências financeiras com o Hospital Centenário, estando em dia com seus compromissos, visto que os valores são sequestrados dos cofres do Estado, mediante medida judicial.

São Leopoldo é um município de Gestão Plena na saúde e recebe repasses do governo federal referentes ao teto MAC (Média e Alta Complexidade). O governo do Estado já se colocou à disposição para buscar, em Brasília, junto com o gestor local, o aumento do teto MAC para o município. A perspectiva que existe para São Leopoldo de recurso novo do Teto Estadual do MAC é para Oncologia, o que já vem sendo tratado pelo Estado junto ao Ministério da Saúde.

Na quarta-feira da semana passada, o Governo do Estado liberou R$ 41 milhões para os municípios, referentes aos programas municipais. Os valores são referentes aos repasses de fevereiro deste ano, sendo que os de janeiro já foram repassados.

E os incentivos estaduais para hospitais, no valor de R$ 61 milhões, referente a março, foram transferidos na última terça-feira (30), embora o município de São Leopoldo vem recebendo mediante ação judicial”.

Fonte: Por Jonas Campos, RBS TV e G1 RS

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