FEDERAÇÃO RS, FEHOSUL E HOSPITAIS ESTRATÉGICOS PEDEM AO GOVERNADOR A SUSPENSÃO DO NOVO MODELO DE REMUNERAÇÃO DO IPE

FEDERAÇÃO RS, FEHOSUL E HOSPITAIS ESTRATÉGICOS PEDEM AO GOVERNADOR A SUSPENSÃO DO NOVO MODELO DE REMUNERAÇÃO DO IPE

Por meio de carta, instituições pediram revogação na

Hospitais que atendem 60% dos usuários do plano afirmam que medidas poderão reduzir em até 33% o faturamento anual, levando as instituições a operar com prejuízo

Um grupo de hospitais e entidades representativas do setor entregou ao governador Eduardo Leite, nesta quarta-feira (21), uma carta que pede a suspensão do novo modelo de remuneração dos hospitais credenciados ao IPE Saúde, previsto para vigorar a partir de 1º de março. Caso as medidas sejam mantidas, as instituições alertam para uma redução drástica na receita dos hospitais, o que forçaria muitos deles a cancelarem os atendimentos pelo plano.

“Estudos técnicos indicam que as novas instruções normativas ocasionariam uma queda que pode variar entre 10% e 33% no faturamento anual das instituições, fazendo com que elas passem a operar no prejuízo. Isso sem considerar perdas já experimentadas com outros alinhamentos de preços efetivados em 2021 e 2022”, diz trecho do documento.

A carta é assinada pelos presidentes da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Rio Grande do Sul (Fehosul), da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS (Federação RS) e por dirigentes dos hospitais classificados como estratégicos pelo IPE Saúde. Juntas, as instituições são responsáveis por mais de 60% dos atendimentos do plano.

“O que estamos afirmando agora não é nenhuma novidade. Essa política já foi objeto de conversações com o IPE Saúde e sempre dissemos que ela é totalmente impraticável. Isso, inclusive, foi registrado por meio de ofício, em novembro do ano passado. Apesar dos alertas, não houve melhoria significativa no conteúdo das medidas, que seguramente vão impactar negativamente os usuários do IPE e sobrecarregar o SUS”, explica Cláudio José Allgayer, presidente da Fehosul.

Na carta, as entidades e os hospitais concordam com a necessidade de melhorias no IPE, incluindo abrangência e acessibilidade aos serviços. No entanto, reiteram que a nova política remuneratória excluirá do sistema os principais hospitais.

“Não há outro caminho. É preciso suspender as portarias e posteriormente corrigi-las, de modo que torne justa a remuneração pelos serviços prestados. Isso vai garantir equilíbrio econômico e financeiro aos hospitais e dará condições para que o atendimento aos usuários do plano não apenas seja mantido, como ampliado”, sustenta Luciney Bohrer, presidente da Federação RS.

No documento, o grupo afirma que permanece aberto ao diálogo, a fim de encontrar soluções que não coloquem em risco a saúde dos usuários do IPE Saúde.