Estudo que avaliará o impacto da covid-19 na saúde da população brasileira deve iniciar coleta de dados em dezembro

Estudo que avaliará o impacto da covid-19 na saúde da população brasileira deve iniciar coleta de dados em dezembro

Diante da escassez de informações sobre os efeitos da covid-19 na saúde da população, pesquisadores e epidemiologistas vão realizar a segunda fase da coleta de dados do maior estudo sobre a doença no Brasil: Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 (Epicovid 2.0). Na última terça-feira (31), a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, informou que a pasta contratou a pesquisa conduzida por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) para avaliar os impactos da covid longa.

A coleta de dados vai durar duas semanas e irá ocorrer nas mesmas 133 cidades brasileiras que fizeram parte da primeira etapa da pesquisa, realizada em 2020. Ao todo serão 33.250 participantes. Coordenador-geral da pesquisa Epicovid 2.0, o epidemiologista Pedro Hallal explica que o início da coleta de dados deve ocorrer a partir de dezembro.

Coordenado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o estudo servirá de ferramenta para revelar os sintomas e complicações pós-covid no país, além de avaliar as sequelas da doença na população. Oito cidades gaúchas participam da pesquisa: Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Santa Cruz do Sul, Uruguaiana, Passo Fundo, Santa Maria e Ijuí.

A previsão de duração desta etapa do estudo é de 24 meses. O estudo não utilizará testagem para covid-19, mas questionários como instrumento de coleta de dados.

— O Epicovid 2.0  tem como questão de pesquisa central os impactos da pandemia. Não é sobre quantas pessoas doentes têm, quem está com covid ou não, é sobre os impactos que a covid teve na vida das pessoas e das famílias — afirma Hallal.

O estudo, que conta com financiamento de R$ 8 milhões do governo federal, vai avaliar outros temas. 

— A vacinação também integra esta lista (de temas), tanto com verificação de dados atuais sobre imunização quanto a hesitação vacinal, conhecimento e dúvidas sobre a vacinação — acrescenta. 

Outras questões serão alvo da pesquisa atual, como o histórico de infecção por covid e os sintomas que ainda aparecem. Além disso, o estudo também buscará informações sobre famílias que tiveram perdas, crianças que ficaram órfãos. Já a primeira fase do estudo Epicovid 1.0 tinha como objetivo principal identificar a velocidade de disseminação do vírus. 

— O mesmo estudo que, no momento em que não se tinham informações, foi a campo coletar dados sobre a magnitude da covid e a velocidade com que ela estava se disseminando no país, três anos depois volta a campo para avaliar qual foi o impacto da pandemia na vida das pessoas e das famílias — ressalta Hallal.

Além da UFPel, participam da iniciativa a Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ministério da Saúde e Instituto Todos pela Saúde.

Fonte: Gaúcha ZH